A ARH Serrana e a Unimed Nordeste-RS uniram-se mais uma vez para promover um evento de interesse de pessoas que estão no mercado de trabalho e que querem levar uma vida com mais qualidade. Intitulada “Saúde mental e trabalho pós-pandemia – novos paradigmas, desafios e estratégias de enfrentamento”, a palestra ministrada recentemente no Complexo Hospitalar Unimed Nordeste-RS, em Caxias do Sul, pelo médico do trabalho, psiquiatra e consultor de organizações Dr. Arthur da Motta Lima Netto iniciou-se com uma conceituação dos transtornos mais prevalentes no trabalho, tais como depressão, transtorno bipolar, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), estresse pós-traumático, dependência química e burnout, seguindo para aprofundamentos recorrentes no ambiente corporativo.

 

O evento fez parte de uma série de palestras promovidas pela Unimed Nordeste-RS com a participação de outras instituições, sob o objetivo de qualificar as equipes de setores que atendem aos trabalhadores, algo que tem impacto direto na saúde – e no alcance dos objetivos – de uma empresa.

 

“Foi um privilégio voltar a Caxias, eu que cursei a minha formação de médico nesta cidade, assim como estar com o grupo e com as empresas, representadas pelos seus profissionais. Agradeço também o convite do Roque Puiatti, consultor da Unimed”, disse Dr. Arthur. “Quanto ao tema propriamente dito, é fundamental que as empresas hoje voltem suas atenções para a saúde mental, bem como a todas as repercussões e sequelas físicas, emocionais, mentais e cognitivas que ocorrem neste pós-pandemia. Entre as doenças mentais, a depressão foi a que mais nos chamou a atenção, juntamente com as questões relacionadas à ansiedade”, complementou.

 

Voltada especialmente a profissionais que trabalham em setores de Recursos Humanos/Gestão de Pessoas, a apresentação girou em torno de dois grandes grupos de problemas relacionados à saúde mental: 1) as síndromes cerebrais orgânicas; e 2) os transtornos de humor e as síndromes psicóticas.

 

Dr. Arthur acredita que as empresas devem, por meio de seus Sesmts e dos seus grupos de apoio de médicos e psicólogos, estar atentas a essas questões, a essas repercussões, pois é bastante significativo o número de afastamentos e o decorrente custo geral para as empresas. 

 

“Muitas vezes, afastamentos por doença mental são bastante longos e não raras vezes levam à aposentadoria precoce. Todo o custo envolvido nessas questões é bastante significativo”, observou. 

 

Por outro lado, conforme ele, as empresas deverão, em curtíssimo prazo, instituir programas de saúde, aos moldes dos de segurança no trabalho, evidenciando um olhar direcionado especialmente para a saúde mental, abarcando depressão, estresse pós-traumático, ansiedade e suicício. 

 

“As empresas precisam debater e buscar espaços de discussão, bem como se capacitar para buscar políticas consistentes, investindo um tempo bastante significativo na elaboração e na implementação de programas, para que tenham consistência ao longo do tempo, evitando questões que trazem custos importantes para as empresas, para a sociedade e para as famílias”, afirmou. “Esses eventos devem estar presentes nas Semanas Internas de Prevenção de Acidentes do Trabalho [e assédio, que é um tema bastante recorrente nestes nossos tempos]”, finalizou.