Estamos no Agosto Dourado, mês que tem como objetivo conscientizar famílias e a sociedade em geral sobre a importância do aleitamento materno. Neste período, muito se fala sobre os benefícios da amamentação na vida do bebê: fornecer todos os nutrientes necessários para o pequeno; fortalecer seu sistema imunológico; desenvolver seu sistema nervoso; prevenir anemias, alergias, cólicas e diarreias…

O leite da mãe é o único alimento que o bebê precisa até os seis meses de vida. No entanto, mesmo com a introdução de água e outros alimentos, o aleitamento materno é recomendado até dois anos de idade ou mais, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde.

Além dos benefícios fisiológicos, o momento da amamentação é muito significativo para fortificar os laços entre mãe e bebê. Mas, como se trata de uma grande novidade, tanto para a mulher quanto para o recém-nascido, inseguranças e dúvidas são muito comuns nessa fase, mesmo para as mamães em uma segunda gravidez. Cada bebê é único e imprevisível, como explica Leila Reckziegel, enfermeira responsável pela Enfermagem no Grupo de Gestantes do Complexo Hospitalar Unimed Nordeste-RS.

"O bebê pode levar alguns dias para começar a sugar, o que gera bastante frustração para a mãe. Mas nenhuma mãe é menos mãe se ela não conseguir amamentar. Ela vai deixar de ser mãe só se não alimentar o filho", tranquiliza a especialista.

O Grupo de Gestantes e Puérperas da Unimed Nordeste-RS existe há mais de 15 anos para auxiliar mamães que precisam de suporte psicológico, nutricional e até na realização de atividades que parecem simples à primeira vista, mas podem trazer muitos desafios, como posicionar o bebê corretamente para mamar. É aí que entra o S.O.S Puérpera, serviço de assistência que fica disponível 24h.

De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h40min, o contato pode ser feito pela Medicina Preventiva, no telefone (54) 3289-9300. Fora desses horários, incluindo finais de semana e feriados, basta contatar diretamente a Unidade Materno-Infantil do Complexo Hospitalar, no (54) 3201-6335.

Leila explica que o atendimento, antes da pandemia, era realizado presencialmente com a enfermagem na Medicina Preventiva. Agora, todo o suporte é feito por videochamada. O S.O.S. Puérpera funciona para todos os beneficiários Unimed, independentemente de terem participado do Grupo de Gestantes.

"Quando é uma mãe de primeira de viagem, é alguém que não sabe ensinando alguém que também não sabe. A mãe nunca deu de mamar e o bebê não nasce sabendo. É trabalhoso no início, difícil… Mas uma mãe que está com dificuldade para amamentar não pode esperar o dia seguinte", complementa Leila.

Como posicionar o bebê

Aqui a dica é paciência e persistência – os dois P’s da amamentação, como diz a enfermeira. Com isso em mente, saiba que não existe uma única maneira correta de segurar o recém-nascido: a melhor posição é a que é confortável para a mãe a para o bebê.

– Posição tradicional

É a mais comum de se ver, geralmente a que melhor funciona para as mães de primeira viagem. Nessa posição, a mulher segura o filho deitado, mantendo um dos bracinhos dele abaixo do dela e a cabeça do bebê na dobra do cotovelo dela, barriga com barriga. Uma das mãos da mãe fica encaixada no bumbum do bebê e a outra segura o seio, direcionando-o para a boca do pequeno.

Ao segurar o seio, lembre-se de posicionar a mão na forma da letra C. “C de carinho”, indica Leila. Dessa forma, você direciona o fluxo de leite, em vez de trancar, como pode acontecer quando se forma um “V” com o indicador e os outros dedos.

Na pega correta, a boca do bebê envolve todo o mamilo e boa parte da auréola. Assim, ele fica com o nariz livre e com a boquinha “de peixe”. Caso o peito esteja obstruindo sua respiração, a mulher pode apertar a região levemente para liberar a narina do bebê.

– O local correto

Você deve manter as costas apoiadas, não importa o tipo de assento. Se ele for muito alto, utilize um suporte para apoiar os pés; não os deixe suspensos. Caso ache confortável, invista em um apoio para o braço que está segurando o bebê. Na hora de segurar a criança, lembre-se de trazê-la para perto de você e não o contrário, para não desapoiar sua coluna.

Evite dar de mamar na beirada da cama, por exemplo. A falta de um apoio para as costas pode causar cansaço e dores na coluna. Lembre-se: você precisa se sentir relaxada, para conseguir suportar todo o peso do bebê, ainda mais nas primeiras tentativas, que podem levar de 30 minutos a uma hora.

Ainda falando sobre o cansaço, cuidado ao amamentar deitada. Se você estiver com sono, pode cochilar e acabar se debruçando sobre o bebê.

– Suporte familiar

Leila ressalta que o apoio do cônjuge, se existir, e de outros familiares é essencial para que a mãe consiga superar os desafios que surgem no caminho. A hora da amamentação deve ser de calma e tranquilidade, sem uma grande plateia. Por vezes, a interferência de pessoas e de outros barulhos estressa o bebê e a mulher, que já carrega, desde o início da gravidez, uma grande responsabilidade de “acertar de primeira”.

Em meio a tantas cobranças, é comum que as mães desenvolvam quadros de depressão. Por isso, é necessário ficar atento e oferecer todo o suporte possível, como o oferecido pelo Grupo de Gestantes da Unimed. Como estimula Leila, o pensamento é o de não desistir, porque, afinal, “amanhã vai ser melhor”.

"A ideia é deixar a mãe o mais segura e tranquila possível, para que esse processo flua. É tudo muito novo, tanto para a mãe quanto para o bebê. Por isso, é um aprendizado em conjunto", encerra a enfermeira.


Agosto Dourado conscientiza sobre a importância do aleitamento materno

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